domingo, 17 de junho de 2012

17.Jun

Ohne dich kann ich nicht sein.




terça-feira, 12 de junho de 2012

    Os outros imaginaram minha vida para mim. Eu seria uma grande escritora melancólica existencialista niilista direitista vivendo em 1889, dando aulas de literatura no Dom Pedro II. Teria traços de Virginia Woolf e Clarice Lispector, com vocabulário de Augusto dos Anjos. Emocionalmente prolixa e socialmente cauterizada, eu seria summa cum laude. Uma carreira meteórica e uma queda igual. Eu casaria com algum cara gentil que me curaria desse buraco enorme que existe no meu crânio. Esse vazia que nunca me abandona, o desespero que me busca, todo dia, às 12h.  Ele me levaria a Londres e a Berlim. Eu o ensinaria a comer wurst e sauerkraut, o ensinaria  falar corretamente entschuldigung. Ele me ensinaria a leveza das coisas e coisas assim.
   Não foi assim. Eu optei por uma carreira estúpida entre químicas e biologias, e me perco nas páginas eternas da fisiologia. Não me reconheço escrevendo, nem mesmo no espelho.


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Greve, né. Agora posso estudar alemão e ler meus jogos vorazes.

domingo, 10 de junho de 2012

10. Jun

Eu queria alguém que seja o mais diferente possível de você. Alguém que quisesse crescer comigo. Que tentasse correr aquela maratona que passa no Aterro e na Niemeyer, e me levasse na Vista Chinesa. Me instigasse a gostar de futebol e perdesse a paciência comigo. Que criticasse até o fim dos dias e investisse na bolsa de valores.

10.Jun.12

Feliz dia 10.