quarta-feira, 18 de julho de 2012

Memória olfativa

Dia desses eu estava passeando pelo Rio de Janeiro (pois a Barra da Tijuca é uma cidade, quiçá um país) e eu  lembrei-me dos cheiros de verão: protetor solar, areia, água salgada e suor. Eu não tenho boas lembranças dos meus verões em Angra dos Reis. A praia me entendia, o fundo do mar me assusta, o protetor solar é oleoso demais e calor me deixa desconfortável. Eram horas demais debaixo do sol para supostamente descansar, esquecer do trabalho e aproveitar as férias.
Mas apesar daquelas horas intermináveis e semi-desmaios no calor do sol, eu sinto falta daquela praia. Era fazia, dentro de um condomínio fechado e as ondas eram vigorosas, escuras e barulhentas, porém inspiravam segurança. A corrente te traria de volta. Na areia da praia, encontrávamos todos os tipos de cascalhos, bem polidos ou não pelo ir e vir do mar, de todas as cores. Os leitosos valiam mais, eu procurava pelos pretos.
Eu sinto falta de ir, apenas por ir, ansiar pela viagem pois nada me prendia aqui. Nada me fazia querer voltar, pois nada me esperava. Sinto falta de ser só eu, não sei. Não quero quero ser um círculo, um conglomerado de pequenas pessoas, pequenos animais, pequenas manias, pequenos vícios que trazem de volta para casa.

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